Desmembrado

Por que a Netflix pretende 'dividir' cada vez mais suas séries

Empresa quer conter fuga de s e prolongar sua estadia


Logo da Netflix com o N e fundo colorido
Netflix não consegue reter s e cria novas estratégias - Foto: Divulgação/Netflix

A Netflix tem adotado uma prática no lançamento de algumas temporadas das suas séries como Strangers Things e La Casa de Papel: dividir os episódios em duas levas, e isso deve se tornar cada vez mais comum. O motivo visa postergar a saída do usuário da plataforma e mantê-lo . Uma pesquisa da Antenna, serviço de pesquisa dos Estados Unidos que rastreia os gastos do consumidor, revelou que no final de abril, 23% dos estadunidenses que se inscreveram na Netflix abandonaram o serviço em um mês.

São mais cancelamentos de novos s que qualquer outro serviço que a empresa monitora, incluindo Apple TV+ e HBO Max, que costumavam ter números de rotatividade inicial mais altos, mas melhoraram recentemente.

Não se sabe, no entanto, porque os s da Netflix são uma espécie de "nômades do streaming", mas isso pode ter ligação com o preço alto. Mesmo na Terra do Tio Sam, a plataforma teve aumento no início do ano.

A situação preocupa a empresa, e não por acaso, já visa a inclusão de um plano com anúncios. A empresa também pode retroceder na ideia de fazer com que seu cliente assista tudo de uma só vez, "maratonando" o conteúdo. A estratégia é que daqui para frente, cada vez mais séries sejam desmembradas.

Se você quiser ver toda a temporada de Stranger Things, precisaria a Netflix por pelo menos dois meses. Talvez três. A expectativa é que isso, de algum modo, consiga dar algum fôlego financeiro.

Um representante da Netflix reconheceu ao site Vox que há uma "ligeira alta rotatividade" entre os s, mas garantiu que a taxa de retenção de clientes está em um nível saudável.

A Netflix ainda possui cerca de 220 milhões de s, mais do que qualquer outra concorrente. Depois de chegar ao auge, pode estar experimentando a queda, como o baque que sofreu no primeiro trimestre, quando reportou a primeira queda de s da história. Foram 200 mil a menos ao todo. O esperado era perder outros dois milhões no segundo trimestre.

A empresa que chegou a valer US$ 300 bilhões em 2021, agora vale US$ 84 bilhões. Um número 72% menor. E ele pode continuar caindo se os magnatas de Wall Street acreditaram que seus dias de crescimento acabaram.

Plano com publicidade vira tábua de salvação para a Netflix

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Em uma corrida contra o tempo para estancar a crise financeira diante de inúmeros concorrentes de peso, a Netflix ará a contar com publicidade até o final deste ano, mas o dinheiro não deve ar pelas mãos da gigante do streaming tão logo, relatou a Wells Gargo, empresa que presta serviços financeiros nos Estados Unidos.

De acordo com relatório divulgado pelo Indie Wire, a empresa prevê que exista 272 milhões de s globais até o final de 2025. Atualmente, conta com cerca de 220 milhões. Segundo a empresa, a tendência é que os ganhos financeiros sejam modestos nos primeiros dois anos, insuficientes para que ela desfrute dessa verba adicional, sem contar sua dívida atual que é de US$ 14,5 bilhões. Há também a perspectiva que haja uma queda de s , aquelas sem intervalos.

Em 2025, a combinação de s com e sem publicidade devem atingir algum equilíbrio adicional de até US$ 2,3 bilhões de lucros à plataforma. Vender anúncios não deve ser uma tarefa fácil, principalmente porque a empresa se encontra em cima do laço do prazo estipulado por ela mesma para começar a inserir comerciais em seu catálogo. E ainda não há equipe comercial para começar a vender esses espaços.

A empresa relata que uma das principais decisões que a Netflix precisará resolver nas próximas semanas é descobrir qual será a carga de anúncios e como ela vai distribuir isso no catálogo. Quanto tempo será? Quantos intervalos serão cada um deles? A solução mais fácil de acordo com analistas é antecipar toda essa publicidade e depois deixar rodar o episódio da série ou filme sem mais interrupções.

A informação que a Netflix colocaria publicidade em seu conteúdo surgiu em maio no The New York Times. A empresa tenta conter a queda vertiginosa de sua arrecadação, e além disso, também já começou a testar o bloqueio contra compartilhamento de senhas, conforme o NaTelinha publicou em primeira mão.

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