Coexistência

Chefão da Disney fala sobre streaming "copiar" a TV aberta: "Nunca saiu de moda"

Televisão aberta volta a ficar em alta nos Estados Unidos


Craig Erwich
Craig Erwich, presidente do Disney Television Group - Foto: Divulgação
Por Thiago Forato

Publicado em 08/05/2025 às 05:27,
atualizado em 08/05/2025 às 10:43

Enquanto discutimos uma espécie de decadência da televisão aberta no Brasil, na Terra do Tio Sam ela "ressuscitou" nesta temporada. É o que aponta a Variety em uma publicação em que entrevistou Craig Erwich, presidente do Disney Television Group, que comanda a ABC Entertainment e o Hulu, streaming do conglomerado.

Nos Estados Unidos, a televisão por vem enfrentando dificuldades ao o que o próprio streaming tropeça. Com isso, as redes abertas se beneficiaram disso em sucessos de seriados como High Potencial, da ABC e Matlock, da CBS.

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A publicação ressalta que os streamings estão tentando "se reiventar como redes abertas" buscando esportes ao vivo, premiações e seriados longos. "A TV aberta nunca deixou de ser importante pra nós", enfatizou o executivo à Variety.

Questionado sobre cada vez mais as plataformas "copiarem" a fórmula do sucesso da TV aberta, respondeu: "Acho engraçado. Para nós (Disney) a TV aberta nunca saiu de moda. Sempre soubemos do seu poder. Pense como a Ellen Pompeo está presente na casa das pessoas há mais de 20 anos. As pessoas cresceram com ela. Esse é um laço incrível que uma série pode ter com o público".

Disney observa janela exitosa no streaming

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Craig afirmou que vê High Potential, Will Trent e Abbott Elementary como três das melhores séries que está envolvido e é o que existe de melhor na televisão. Apesar da "redescoberta" da TV aberta no país, até dois terços das visualizações de séries acontecem no Hulu.

"As janelas da TV aberta se expandiram. Essa [streaming] é a janela preferida de muita gente. Ou seja, novas gerações estão descobrindo séries como essa e Grey's Anatomy. Precisamos da próxima geração de séries com 100, 200, 300 episódios", mirou.

Muitos não se dão conta que alguns desses seriados são produzidos pela ABC, mas ele garante não ligar. "Há quem associe a qualidade das séries ao Hulu, o que também nos beneficia. E tudo bem."

Para o chefão da Disney, alguns programas funcionam melhor na TV aberta. "Dramas longas, comédias familiares, eventos ao vivo e realities como Ídolos, Dançando com as Estrelas, The Bachelor. A experiência de 'vai ar hoje à noite e quero assistir com a amigos ou família'. Do ponto de vista comercial, é a melhor forma de divulgar uma série antes que ela chegue ao Hulu. Temos uma troca de engajamento entre ABC e Hulu. Somos os melhores nisso."

Ele diz ainda que a recorrência do público é um ótimo indicador de qualidade e fidelização. "Olho se o público assiste todos os episódios. Se temos 10 episódios, assistem aos 10? Se temos 20, quase todos? Eles voltam semana a semana?", refletiu.

Disney lidera TV aberta?

Nos Estados Unidos, a concorrência na TV aberta é muito mais acirrada que no Brasil e as posições entre a ABC - da Disney -, CBS e NBC se alternam. No mês de abril, de acordo com dados da Nielsen, o canal da Casa do Mickey teve 3,12 milhões de telespectadores no horário nobre, o mais importante para o mercado publicitário.

Ela ficou atrás da CBS (3,57 milhões) e NBC (3,13 milhões). Apesar disso, mantém programas de destaque como o próprio High Potential, série mencionada pelo chefão do grupo. Ela atrai 6,6 milhões de telespectadores na transmissão linear e quase 11 milhões quando é somada as visualizações do streaming.

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