8 sucessos da Manchete, que saía do ar há 26 anos

Há exatamente 26 anos, no dia 10 de maio de 1999, a TV Manchete encerrava suas transmissões. Foi o fim melancólico de uma emissora que surgiu em 1983 com a proposta de fazer uma televisão de primeira classe, como prometia seu primeiro slogan, mas acabou sucumbindo em decorrência de má gestão e dívidas.

Relembre abaixo sete programas da Manchete que marcaram época:

Carnaval da Manchete

Em 1984, quando tinha menos de um ano de vida, a Manchete conquistou os direitos para transmitir o desfile das escolas de samba do Rio com exclusividade, dando um baile de audiência na Globo.

A partir daí, nascia uma tradição: a extensa cobertura da emissora na época da folia, geralmente sob o comando de Paulo Stein e com um grande time de repórteres e comentaristas, interrompida apenas nos momentos de crise do canal.

Documento Especial

Exibido pela Manchete a partir de agosto de 1989, com apresentação de Roberto Maya, o Documento Especial fazia jus ao subtítulo "televisão verdade" que ostentava.

Criada por Nelson Hoineff, a atração apresentou reportagens chocantes, que obtiveram muita repercussão, como "Os Pobres vão à Praia" e "O Suicídio dos Kaiowá". Em muitas ocasiões, na esteira do sucesso de Pantanal, o programa liderou a audiência.

O Documento Especial ficou na Manchete até agosto de 1992, quando foi para o SBT. A emissora do Bloch ainda criou um programa similar, chamado Manchete Especial: Documento Verdade, que não obteve a mesma repercussão e ficou menos de um ano no ar.

Clube da Criança

Programa que estreou no dia de inauguração da emissora, em 1983, o Clube da Criança foi o responsável por revelar Xuxa como apresentadora infantil.

Depois que a Rainha dos Baixinhos foi para a Globo, em 1986, o posto foi assumido por outra jovem apresentadora, que também se consagrou: Angélica. Na mesma emissora, ela ainda comandou o Milk Shake, que também fez sucesso.

O Clube da Criança ainda teve idas e vindas nos anos posteriores, com outras apresentadoras, mas sem repetir os resultados que teve nos anos 1980.

Produções japonesas

Quem gostava de produções japonesas se esbaldou com atrações do gênero exibidas pela Manchete nos anos 1980 e 1990.

Entre os maiores sucessos, podemos citar Jaspion, Jiraya, Cavaleiros do Zodíaco, Changeman e Sailor Moon, entre outros.

Dona Beija

Exibida entre março e julho de 1986, foi a primeira novela de sucesso da Manchete. A produção repetiu o mesmo par romântico de outra produção de êxito, a minissérie Marquesa de Santos, de 1984: Maitê Proença e Gracindo Júnior.

Com direção de Herval Rossano e a presença de inúmeros artistas que costumavam estrelar as produções da Globo, foi a primeira novela a apostar em cenas sensuais, como os banhos de cachoeira da protagonista.

Pantanal

Em 27 de março de 1990, a Manchete estreou uma novela que se tornaria o maior fenômeno da televisão brasileira naquele ano.

Estamos falando de Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, que impôs uma série de derrotas para a Globo com personagens fortes, como Juma Marruá e o Velho do Rio, e as longas cenas da natureza.

Curiosamente, o autor havia oferecido a trama para a Globo, que julgou que sua produção seria inviável. Antes da Manchete, ele também conversou com o SBT, que preferiu fazer a fracassada Cortina de Vidro, de Walcyr Carrasco.

Pantanal teve 216 capítulos e ficou no ar até 10 de dezembro de 1990, sendo sucedida por A História de Ana Raio e Zé Trovão, que não obteve o mesmo êxito, mas também não fez feio.

Xica da Silva

A Manchete voltou a ter uma novela de sucesso a partir de setembro de 1996, quando estreou Xica da Silva. Um mistério rondava a autoria da trama, que era assinada por Adamo Angel. Posteriormente, descobriu-se que tratava-se de Walcyr Carrasco, que tinha contrato com o SBT na época.

A protagonista foi vivida por Taís Araújo, que tinha apenas 17 anos na época da estreia e participava de sua segunda novela. Outros destaques foram Zezé Motta, Drica Moraes e Adriane Galisteu, que teve muitas cenas de nudez na trama.

Durante a exibição da novela, o ator Alexandre Lippiani, que interpretava o Padre Eurico, morreu após sofrer um acidente de carro no Rio, com apenas 32 anos. Foi feita uma homenagem após a exibição da última cena que ele participou.

Último sucesso da Manchete, Xica da Silva teve 231 capítulos e ficou no ar até 11 de agosto de 1997.