Opinião

Globo chega aos 60 anos com um desafio inédito: ter concorrente

Líder de audiência agora precisa lidar com disputa por atenção em diferentes telas


Logo 60 anos Globo
Emissora completa 60 anos de existência - Foto: Divulgação
Por Thiago Forato

Publicado em 26/04/2025 às 08:57,
atualizado em 26/04/2025 às 09:05

A Globo completa seis décadas neste sábado (26) e pela primeira vez desde que se tornou líder de audiência, lida com o desafio de ter concorrentes que realmente disputam sua atenção. E não se trata de Record ou SBT, que em algum momento da história incomodaram e até ameaçaram, ao menos no discurso, de fazer frente à sua hegemonia.

O "inimigo" agora é outro. E múltiplo. São muitas plataformas e telas disputando a preferência do público. Prova disso é a queda vertiginosa dos números de audiência não só da Globo, como da televisão em geral, especialmente após a pandemia de Covid-19.

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Fisgar a atenção do público e produzir um conteúdo capaz disso se tornou o maior desafio da Globo. É bem verdade que a aferição de audiência como conhecemos está defasada. Ainda em 2025, prioriza-se apenas um grande mercado que é São Paulo e se ignora - a grosso modo - as mais variadas formas de se consumir o que é transmitido.

No entanto, é inegável que o impacto da Globo - e da TV, repito - não é o mesmo de décadas atrás. Hoje, a luta é pelo tempo das pessoas, que é inundado por conteúdo (bom e ruim) por concorrentes muitas vezes escondidos ou até invisíveis.

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Se antes era a Globo quem ditava o ritmo do jogo, hoje é ela quem precisa ceder e ser mais reativa. Mas não assistiu a transformação da tecnologia inerte: investiu no streaming, distribuiu conteúdo em múltiplas janelas e tenta se adaptar aos novos tempos.

Nem sempre acerta. Dispensou talentos importantes, diminuiu investimentos e isso invariavelmente se reflete na tela. Prova disso é Silvio de Abreu, autor renomado e ex-diretor de teledramaturgia da emissora, ter dito ao Notícias da TV no fim do ano ado que as novelas atuais são inferiores aos da sua época e que os cenários são de "quinta categoria".

A Globo ainda produz boas novelas, mas é fato que houve queda de qualidade. Basta assistir às reprises do Viva ou conferir a programação vespertina do canal que atualmente conta com História de Amor (1995) e Tieta (1989) em cartaz.

Líder? na TV, sim

Dificilmente a Globo chegará aos 70 anos na liderança. Da televisão aberta, certamente ainda deve ocupar o primeiro lugar, mas com a soma de telas ou até mesmo somente do YouTube, por exemplo, deve ser destronada em questão de tempo.

E por mais que ela se esforce, é uma guerra perdida, mas a Globo cai atirando. E inegavelmente continua sendo referência.

Quando quer ou se propõe a fazer algo grandioso, salta aos olhos. Seja um bom capítulo de novela ou série, uma cobertura esportiva ou política.

Agora hexagenária, a Globo chega na "melhor idade" dividindo o protagonismo com um desafio gigante em meio a um verdadeiro bombardeio de conteúdo e concorrendo também com seu próprio ado.

ado este que a tornou líder. ado este que a manteve líder. E ado este que a tornou referência, criando um abismo que a separava das demais. Abismo este que fora encurtado.


Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail [email protected] 

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